TUTTI MONDES JUNTOS
Visão
Certamente o mais superestimado e óbvio dos 5 sentidos. Com ela que percebemos o mundo através dos volumes, das cores, formas e nos relacionamos com os outros.
Para introduzir as estratégias sinestésicas que usam a visão como principal sentido, é necessário compreender um conceito muito importante antes: a Gestalt.
Enquanto a psicologia se consolidava na sociedade, aproximadamente no século XIX, existia uma vertente de estudo que afirmava que uma imagem só poderia ser percebida e compreendida a partir dos seus elementos “visíveis”. A Gestalt surgiu em oposição ao conceito.
Não existe uma tradução exata para a palavra: o termo, que é alemão, é próximo de algo como “figura”, “forma” ou “aparência”. O principal objetivo desse estudo era analisar a visão do ser humano e estudar a percepção do indivíduo. Isso foi feito, principalmente, a partir do estudo de como as obras de arte atingiam a visão.
Para deixar o estudo mais embasado, foram criadas as Leis da Gestalt. Elas abordam os seguintes tópicos:
SEMELHANÇA
Objetos que têm características semelhantes tendem a se agrupar visualmente, mesmo que não estejam próximos entre si. As características podem ser de forma, textura, cor, etc.
PROXIMIDADE
O cérebro humano tem uma tendência de agrupar as formas que estão próximas entre si.
CONTINUIDADE
A continuidade é fundamental para que o cérebro consiga decifrar melhor o código visual de uma imagem. Por exemplo: quando vemos o desenho de um retângulo todo feito em pontilhados, o cérebro associa automaticamente que está vendo a imagem de um retângulo, e não de vários pontinhos aleatórios que não se conectam entre si. Isso acontece justamente por causa da continuidade promovida entre cada um dos pontos.
A lei da continuidade diz o seguinte: quando os elementos de uma imagem estão seguindo um padrão, ou seja, sendo harmônicos do início ao fim, ele tem uma boa continuidade.
PREGNÂNCIA
A pregnância é considerada como uma das leis mais importantes da Gestalt. Ela é considerada como a facilidade que uma imagem tem de ser compreendida pelo cérebro. Quanto maior a pregnância da imagem, mais facilmente ela será percebida por nós.
Por exemplo: quando estamos vendo uma piscina de bolinhas que tem 1000 bolinhas brancas e 3 azuis, nosso cérebro vai assimilar as azuis com mais facilidade e rapidez.
Ela é feita de forma natural, e é uma ótima estratégia para que alguns elementos-chave possam ser colocados em destaque propositalmente, já que o cérebro não tem muito trabalho para reconhecer figuras de alta pregnância.
FECHAMENTO
O fechamento é uma forma de “truque visual” muito bem assimilado pelo nosso cérebro.
Essa lei é definida pela capacidade do nosso cérebro de assimilar formas, espaços e contornos que não existem. Você já viu alguma imagem repleta de espaços brancos que, quando são visualizados por você, ganham significado?
Dica: veja a logomarca da rede de supermercados francesa Carrefour. Ela é um ótimo exemplo da lei do fechamento, pois o espaço em branco entre os símbolos azul e vermelho formam a letra C, mesmo que essa letra não “exista de verdade”. É o seu cérebro que assimila a existência dela! Legal, não é mesmo?
Isso acontece porque nosso cérebro tende a formar uma ordem espacial lógica das imagens, produzindo fechamentos inexistentes justamente por causa da continuidade da sua estrutura.
UNIFICAÇÃO
A unificação é definida como a harmonia existente nas imagens, formas e objetos. Quanto melhor ela for, mais o nosso cérebro vai assimilar aquela forma.
UNIDADE
Um único elemento pode ser formado por uma só parte, ou por várias delas que, em conjunto, serão capazes de construir esse item.
SEGREGAÇÃO
A segregação é a lei que fala sobre a capacidade que o cérebro tem de perceber, identificar e separar informações dentro de uma única composição.
Essa diferenciação é feita com mais facilidade quando uma parte entra em contraste com a outra. Quanto maior o contraste, maior o destaque que ela terá pelo cérebro.
Pense em uma bola de sorvete napolitano: ela é dividida por três cores distintas (rosa, bege e marrom). Nosso cérebro consegue separar as três cores sem que se desconecte com o fato de que aquela é uma bola só, e não três pedaços diferentes.
"O nosso olho tem a capacidade de identificar elementos mais agradáveis. Da mesma forma que figuras bem vistas nos trazem uma sensação boa, um projeto muito complicado e visualmente ruim tem a capacidade de pesar os olhos do cliente. Já ouviu a expressão “nossa, o ambiente está muito carregado?”. É justamente isso! Buscamos organizar os elementos como espaço, forma, luz, cores, com o objetivo funcional e estético, para obter resultado harmônico e criativo"