A arquitetura, como qualquer outro meio de comunicação estética, pode transmitir um vasto espectro de emoções que fazem parte da nossa vida e cotidiano: a ansiedade com as mudanças estruturais, a certeza no futuro incerto, desejos de poder, até mesmo as fantasias mais diversas. Este conjunto de emoções traduzem o que chamamos de conteúdo psicológico da arquitetura, uma vez que a psicologia é a ciência que busca o entendimento das funções mentais e motivações comportamentais individual ou de grupos.

 

Uma das formas de explorar os aspectos sensoriais de uma obra é o uso de cores, texturas, cheiros, sons e sabores, essa manifestação psicológica assim como os efeitos de iluminação, agem no processo de criação do espaço e torna-se responsável pela alteração de humor das pessoas, assim como as múltiplas reações psicológicas

 

Nosso cérebro tem a capacidade de associar sensações diferentes a partir da recuperação de memórias, como por exemplo a afetiva "Sempre que como um bolinho de chuva, lembro da sensação boa que tinha quando era criança na casa da minha avó”. É comum que o cérebro busque por memórias relacionadas ao local como cheiros e sensações. A sinestesia acontece desta maneira. Todas as sensações, estímulos, imagens e cheiros são criados a partir do cérebro e através da Arquitetura podemos recriar esse ambiente com intuito de estimular a memória afetiva e estimular as emoções: Alegria, Tristeza, Raiva, Nojo e Medo.

 

Para entender melhor a sinestesia na arquitetura basta compreender, primeiramente, que a arquitetura está em todo lugar e que, por causa disso, um ambiente bonitinho não é suficiente. Tenho certeza que você já entrou em algum lugar e não se sentiu muito confortável nele, possivelmente em razão de uma má projeção do ambiente É necessário que ele atenda as suas necessidades psicológicas, emocionais, fisiológicas e espirituais.

 

Um ambiente sensorial nos provoca e enriquece nossa experiência, nos envolve, cria e recupera lembranças e vínculos, nos conecta com o mundo. Por isso é tão importante pensarmos em como vamos estimular (ou não) cada um de nossos sentidos no nosso ambiente. E isso parte do conceito da mensagem que você quer transmitir em cada ambiente ou situação, das referências que quer usar e das lembranças que pretende cultivar.